3 de Outubro de 2013
O Senhor escolheu outros setenta e dois e enviou-os, dois a dois, à sua frente, a toda cidade e lugar para onde ele mesmo devia ir. E dizia-lhes: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua colheita. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não vos demoreis a saudar ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; senão, ela retornará a vós. Permanecei naquela mesma casa; comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador tem direito a seu salário. Não passeis de casa em casa. Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’. Mas quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: ‘Até a poeira de vossa cidade que se grudou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!’ Eu vos digo: naquele dia, Sodoma receberá sentença menos dura do que essa cidade”.
JESUS NÃO ESCONDE AS DIFICULDADES QUE SEUS SEGUIDORES TERÃO AO DEFRONTAR-SE COM O MUNDO
Jesus convoca um grupo de setenta e dois para uma ação missionária. Já na distribuição dos membros Ele mostra que a vontade de Deus é que ninguém aja sozinho e faça um trabalho individualista. Ele próprio deu o exemplo ao formar um grupo de doze para inaugurar na terra o Reino de Deus.
As orientações de Jesus deixavam os discípulos numa situação de fragilidade. A pobreza material exigida por Ele levava aqueles homens a dependerem da caridade alheia. Como se sabe, nem todo mundo está disposto a ajudar. Quem depende de esmolas, está sujeito a toda sorte de ironia e humilhações, sem contar o risco de sofrer agressões físicas.
Jesus recomendava também que eles não escolhessem nem casa ou cidade onde entrar - os discípulos deveriam ir a toda cidade e lugar por onde Ele passaria - obrigava-os a visitar até mesmo povoados hostis, especialmente os da região da Samaria. Se os moradores de uma cidade não quisessem recebê-los, eles não teriam o direito de fazer uso da força ou da violência. Bastava-lhes sacudir o pó das sandálias e seguir adiante.
AS DIFICULDADES E EXEMPLOS BONITOS DOS MÉDICOS QUE TRABALHAM NO INTERIOR DO BRASIL
Costumamos afirmar que o médico e o padre, ou outro religioso que exerça seu ministério cristão são muito semelhantes. Um cuida do corpo e o outro da alma. Os dois se completam. Existem profissionais da medicina que exercem sua profissão como um sacerdócio, mesmo diante das dificuldades: baixos salários, hospitais e postos de saúde mal conservados, falta de equipamentos... Destaco aqui os que trabalham nas regiões mais pobres e distantes do nosso Brasil.
“Eu já peguei coisas aqui que eu nunca imaginei ver na minha vida”, diz Maria do Horto Teixeira, médica ginecologista obstetra de 64 anos e atualmente trabalhando num hospital de Macapá (AP). Maria é uma das poucas médicas experientes que após anos atendendo num consultório, no caso dela em Porto Alegre (RS), decidiu ir para o Norte do País.
Maria lembra que uma vez estava sozinha no hospital quando chegou uma jovem grávida amparada por bombeiros. “Ela veio sozinha de barco para Macapá, depois de uma longa viagem. Foram os passageiros que chamaram os bombeiros quando o barco chegou ao porto. A mulher tinha um filho morto na barriga, que devia estar lá há não sei quanto tempo e não resistiu depois de tantas horas sacolejando no barco. É muito triste”, conta.
Outra vez, Maria atendeu uma paciente com “uma hemorragia brutal”. “Nem sei como ela sobreviveu, perguntei quantos filhos ela tinha e ela só respondeu mostrando os cinco dedos da mão e logo depois desmaiou. Esta estava acompanhada e soube que havia enfrentado uma viagem de 18 horas num barquinho até aqui. Chegou ao hospital em estado de choque”, diz.
Thiago, que trabalha a 100 km de Aracaju, conta que o posto em que dava plantão tinha estrutura para fazer apenas o básico. Uma intervenção mais complicada ou até mesmo um caso de braço quebrado tinha de ser encaminhado para um hospital em Aracaju. “Tive sorte de ficar num local relativamente perto de uma capital com bons hospitais. Alguns amigos da faculdade foram para lugares mais distantes que eu. Os hospitais não tinham estrutura nenhuma e eles ficavam expostos a situações terríveis”, disse.
Maria e Thiago são exemplos de médicos que testemunham a fé através do exercício da misericórdia com os carentes e sofredores. Mostram na prática que exercem a sua profissão, não apenas como carreira e busca de remuneração financeira, mas cumprindo a sua missão de fazer o bem, recuperando a vida do seu semelhante.
Fonte: ultimosegundo.ig.com.br
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