4 de Outubro de 2013
“Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Se em Tiro e Sidônia se tivessem realizado os milagres feitos no meio de vós, há muito tempo teriam demonstrado arrependimento, vestindo-se de saco e sentando-se sobre a cinza. Pois bem: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura do que vós. E tu, Cafarnaum, serás elevada até o céu? Até o inferno serás rebaixada! Quem vos escuta, a mim escuta; e quem vos despreza, a mim despreza; ora, quem me despreza, despreza Aquele que me enviou”.
APELO DRAMÁTICO DE JESUS ÀS CIDADES
O Evangelho de hoje traz uma situação diferente do que estamos acostumados a ver nos contatos de Jesus. Diferente do confronto de grupos, autoridades e pessoas do povo, Jesus se refere ao pecado coletivo da cidade, de toda sua população.
Corozaim, Betsaida e Cafarnaum estão entre aquelas que não aderiram nem se mostraram capazes de dar ouvido aos ensinamentos do Mestre. Ele mostra que os milagres que realizou em favor de seu povo, teriam sido suficientes para converter até mesmo cidades pagãs, motivando-as a fazer penitência. Ele é recusado, sente-se humilhado e faz um desabafo, profetizando a desgraça daquele povo.
A profecia de Jesus é anunciada: "Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida!" Este jeito de falar é um apelo amargo e sincero para que aquele povo se converta. A situação era dramática e Ele não esconde nem suaviza as palavras, prevendo sofrimento no juízo final.
O PERIGO NA CIDADE ESTÁ MESMO NA ‘CALADA DA NOITE’ OU À LUZ DO DIA?
“Na calada da noite
A neblina não me deixa enxergar
Não posso seguir meu caminho
Estou perdido não consigo me achar
Minha cabeça está girando
O passado inteiro
Vem me acusar”
A estrofe da música “Calada da noite” do grupo Harppia reflete uma situação de insegurança, desespero e peso de consciência. Esta situação traduz o sentido bíblico da escuridão, como estado de trevas. A luz do dia recupera a vida, trazendo às claras a realidade como ela é.
Tomando por base esta analogia e lembrando o Evangelho de hoje, onde Jesus faz um desabafo sobre a situação que os habitantes de duas cidades vivem, reflito sobre os perigos e “pecados das caladas da noite”.
Os nossos viadutos estão cheios de adolescentes sendo engravidadas à noite, sem estrutura alguma para ter um filho; casas são arrombadas; crimes são cometidos; as sinaleiras tornam-se locais perigosos, enfim, a noite continua chamando à atenção, principalmente nas cidades grandes.
Os tempos são outros, muita coisa mudou e a noite continua sendo perigosa, mas, no Brasil, acredito que é durante o dia onde muito mais estrago é provocado. É durante o dia que as decisões políticas são votadas em Brasília; é durante o dia que em muitos almoços são fechados acordos e conchavos para desvios de verbas; é durante o dia que as populações de motéis crescem ao receber maridos e mulheres que traem suas famílias...
Portanto, a noite não está somente na escuridão que amedronta pelo afastamento do sol; mas, sobretudo, pela escuridão da mente que age por distanciar-se da Luz de Deus.
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