19 de Fevereiro de 2015
Dia da Morte da Freira e Heroína Baiana,
Joana Angélica
Joana Angélica era filha de José Tavares de Almeida e Catarina Maria da Silva. Aos vinte anos, no dia 21 de abril de 1782, entrou para o noviciado no Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, na capital baiana.
Ali foi escrivã, mestra de noviças, conselheira e, finalmente, abadessa. Ocupava a direção do Convento, em fevereiro de 1822, quando a cidade ardia de agitação contra as tropas portuguesas do brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo, que tinham ido para Salvador desde o “Dia do Fico”.
Em 1821, Salvador já havia sido palco de revoltas, e desta feita os baianos montaram grande resistência, pois a posse de Madeira de Melo, em 18 de fevereiro, era tida como ponto alto das forças do Brigadeiro para derrotar os nativos.
Soldados e marinheiros portugueses se embriagavam, comemorando e cometendo excessos pela cidade. A pretexto de perseguir eventuais "revoltosos" atacam casas particulares e, continuando os ataques no dia seguinte, partem para o Convento da Lapa. Era uma construção colonial resistente, que ainda hoje existe na Capital Baiana.
Os gritos dos soldados são ouvidos no interior do Convento. Imediatamente a Abadessa Joana Angélica, pressentindo certamente os objetivos da profanação da castidade de suas internas, ordena que as monjas fujam pelo quintal.
O portão principal é derrubado e, num gesto heróico, Joana Angélica abre a segunda porta, postando-se como último impecílio à inusitada invasão. Conta a tradição, reproduzida por diversos historiadores, que Joana Angélica exclamou forte:
“Para trás, bandidos. Respeitem a Casa de Deus. Recuai, só penetrareis nesta Casa passando por sobre o meu cadáver”.
Abrindo os braços, num gesto comovente, tenta impedir que os invasores passem. É, então, assassinada a golpes de baioneta. Penetrando no interior do Convento os invasores encontram apenas o velho capelão, Padre Daniel da Silva Lisboa, a quem espancam a golpes de coronhas, deixando-o como morto.
Joana Angélica tornou-se assim, a primeira mártir da grande luta que continuaria até a definitiva libertação da Bahia, no ano seguinte, a 2 de julho, data efetiva da Independência da Bahia.
Fonte: pt.wikipedia.org
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