17 de Abril de 2015
João 6,1-15
Depois disso, Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, em Tiberíades. Uma grande multidão o seguia, vendo os sinais que ele fazia a favor dos doentes. Jesus subiu a montanha e sentou-se lá com os seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Levantando os olhos e vendo uma grande multidão que vinha a ele, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que estes possam comer?...” Jesus disse: “Fazei as pessoas sentar-se”. Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes.
Entendendo
NA MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES E
DOS PEIXES, A VALORIZAÇÃO DE QUEM TOMA INICIATIVA!
Jesus se encontra na Galileia, terra de gente pobre, desprezada e explorada pelas autoridades. Ao ver a multidão Ele não se preocupa com o que vai dizer a esse povo, mas com a fome. É a única preocupação de Jesus diante do povo faminto.
Ele testa Filipe. Filipe representa o tipo de pessoa incapaz de quebrar esquemas e estruturas, tanto pela falta de criatividade como pelo preconceito. Ele pensa que para matar a fome do povo era preciso muito dinheiro. Nenhuma novidade. Era a lógica do Templo de Jerusalém, que acumulava e o povo continuava com fome. Filipe representa aqui os acomodados que não buscam uma saída diante das dificuldades da vida.
Com André as coisas mudam. Ainda que os cinco pães e os dois peixes sejam pouco, a atitude de André é acolhida por Jesus. Jesus realiza o milagre a partir da iniciativa humana. Ele podia fazer aparecer os pães do nada, mas valoriza o esforço de André. Com isso Ele deixa evidente que nós mesmos devemos buscar saídas para nossas dificuldades e, a partir daí, Ele abençoa o nosso esforço.
É interessante perceber que Jesus não agradece ao menino dos pães e nem a André, mas a Deus. Isso significa que os bens da criação pertencem ao Pai, e Ele os criou para o bem de todos, sem excluir ninguém.
Atualizando
A SECA NO NORDESTE DEPENDE DE UM MILAGRE
DIVINO OU DA VONTADE POLÍTICA DOS NOSSOS DIRIGENTES?
Para que o milagre aconteça em qualquer situação de nossa vida é preciso ter fé, lutar e participar do processo de transformação. É não ser omisso e tomar atitude!
Recebemos tudo de Deus: inteligência, sabedoria, capacidade de lutar e superar obstáculos. Nada mais justo que Ele exija que nós “arregacemos as mangas” e partamos para a luta. Até mesmo em situações que nos sentimos sem capacidade para resolver.
Cinco pães e dois peixes não eram suficiente para matar a fome de uma multidão faminta. Ele abençoou o esforço e a tomada de atitude. Isto mostra que Deus não nos quer preguiçosos, de braços cruzados, acomodados e esperando cair pronto do céu.
Chamamos de milagre uma graça que foge a nossa compreensão humana. Tomemos como exemplo a seca no nordeste do Brasil. Será mesmo que precisa de milagre para que o problema seja resolvido? Ou precisa de atitude e vontade política?
Sabemos que a região é escassa de chuva, mas, será que a única alternativa é essa, ou Deus dá outros recursos para superar a falta de chuva? Como se não bastasse, quantos políticos e empresários nordestinos se aproveitam da seca para ganhar projeção e dinheiro à custa da miséria do povo!
A seca do nordeste brasileiro não será resolvida apenas com as orações do povo sofrido a São José e tantas outras devoções brotadas da fé, mas da vontade de dirigentes tementes a Deus, que não se aproveitem da miséria do povo. Com tantos avanços tecnológicos e riqueza do subsolo, novos meios podem ser buscados por dirigentes honestos que transformem sua administração em atitudes milagrosas em “parceria” com Deus.
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