O DIVÓRCIO NA BÍBLIA E A
POSIÇÃO DE JESUS SOBRE O TEMA!
Os Fariseus interrogarem Jesus sobre casamento e divórcio, utilizando a expressão "por qualquer motivo" é preciso conhecer um pouco das orientações do Antigo Testamento.
O livro antigo do Deuteronômio estabelece que o homem ao divorciar-se de sua mulher, deve declará-lo por escrito, com a seguinte fórmula: "ela não é a minha esposa e eu não sou seu marido" (Os 2,4). No período pós-exílio, Malaquias censura os que abandonam sua mulher na juventude (2,14-15) e o Eclesiástico aconselha o divórcio apenas no caso de mulher má (25,26).
Isto fica muito vago e o Deuteronômio não esclarece, pois fala apenas de um comportamento inconveniente da mulher (24,1), para justificar o divórcio. Mas nada deve ser interpretado como adultério, que era considerado, na época, como ofensa capital.
Observemos que em todas as citações é sempre o homem que toma a iniciativa, diante do machismo predominante na época.
Jesus sempre se posiciona contra o divórcio. Mas nessa época, duas escolas rabínicas disputavam a questão não resolvida no Antigo Testamento. Uma escola permitia o divorcio, por qualquer razão que o marido encontrasse na mulher, e a outra só permitia o divórcio em caso de adultério.
É neste contexto que surge a pergunta dos Fariseus, que põem Jesus à prova: "É permitido a um homem rejeitar sua mulher por um motivo qualquer?" (v. 3) Tentam fazer com que Jesus se posicione por uma das escolas, mas Ele recorre ao Gênesis 1,27; 2,24 como base bíblica para sua resposta e afirma que no plano da criação original de Deus, o casamento é indissolúvel e nada pode terminar essa união. Quanto à pergunta sobre a lei de Moisés (v.7), Jesus diz que no Antigo Testamento o repúdio era permitido apenas como concessão à fraqueza humana, e reafirma que essa não é a intenção de Deus.
A seguir, Jesus interpreta a lei, proibindo o repúdio e o novo casamento, exceto no caso de união ilegal, que provavelmente seria um casamento entre pessoas dentro dos graus de parentesco proibidos no Levítico, 18,6-18. O ensinamento de Jesus leva os discípulos a questionar, se convém ou não se casar. Jesus afirma que o celibato é um dom de Deus e não é para todos. O celibato cristão é a resposta à experiência do Reino dos Céus ensinada e vivida por Jesus.
A firmeza de Jesus em suas respostas quanto ao questionamento dos Fariseus sobre divórcio e separação tem, certamente, dois pontos fundamentais. Primeiro a defesa da mulher que é sempre colocada sem voz para a tomada de atitude do marido. Defendendo a não separação Jesus preserva os direitos da mulher. Segundo, a defesa da família, como instituição criada por Deus para recepcionar e preparar seus filhos para a vida.
Pe. Rosivaldo Motta, CSsR
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