09 de Dezembro de 2015
São Juan Diego
“O índio escolhido por Nossa Senhora é modelo de humildade”
Hoje, comemoramos a vida do primeiro santo índio. Juan Diego nasceu em 1474, na Calpulli, ao norte da atual Cidade do México. Diego era um índio nativo, que antes de receber o batismo tinha o nome de Cuauhtlatoatzin, traduzido como "águia que fala" ou "aquele que fala como águia".
Era um índio pobre e dedicava-se ao difícil trabalho no campo e à fabricação de esteiras. Possuía um pedaço de terra, onde vivia feliz com a esposa numa pequena casa, e não tinha filhos.
Sentiu-se atraído pela doutrina dos padres franciscanos que chegaram ao México em 1524, converteu-se e foi batizado, juntamente como a sua esposa. Recebeu o nome cristão de Juan Diego. Era um homem dedicado, religioso, e sempre se retirava para as orações contemplativas e penitências. Caminhava de sua vila até a cidade do México, para aprender a Palavra de Cristo. Andava descalço e vestia, nas manhãs frias, um manto de tecido grosso feito de fibra de um cacto chamado tilma.
Ficou viúvo em 1529 e foi morar com seu tio, ficando mais perto da igreja. Fazia esse percurso todo sábado e domingo, saindo bem cedo, antes do amanhecer.
Durante sua caminhada à igreja, no dia 9 de dezembro de 1531, entre a vila e a montanha, ocorreu a primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe, num lugar hoje chamado "Capela do Cerrinho". A Virgem Maria o chamou em sua língua nativa, dizendo: "Juan Dieguito, o mais humilde de meus filhos".
A Virgem pediu que Juan fosse até o bispo, João de Zumárraga, e lhe dissesse para construir uma igreja naquele local em que ela estava aparecendo a Juan. Obediente, Juan fez exatamente como ela pediu, mas o bispo não acreditou. Nossa Senhora sugeriu que ele insistisse. No dia seguinte, domingo, voltou a falar com o bispo, que pediu provas concretas sobre a aparição.
No dia 12 de dezembro, Juan Diego estava indo à cidade a procura de ajuda para o seu tio que estava muito doente, quando a Virgem apareceu e o consolou curando seu tio da enfermidade. Em seguida, pediu que ele colhesse flores para ela no alto do monte de Tepeyac. Apesar do inverno intenso, ele encontrou lindas flores, que colheu, colocou no seu manto e levou para Nossa Senhora. Ela disse que as entregasse ao bispo como prova da aparição.
Diante do bispo, João Diego abriu seu manto, as flores caíram e no tecido apareceu impressa a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. O bispo acreditou imediatamente e atendeu ao pedido de Nossa Senhora. Isso aconteceu quando Juan tinha cinquenta e sete anos de idade.
Após o milagre de Guadalupe, foi morar numa sala ao lado da capela que acolheu a sagrada imagem. Dedicou o resto de sua vida propagando as aparições aos seus conterrâneos nativos, que se convertiam. Juan amou, profundamente, a Eucaristia.
Juan Diego faleceu no dia 30 de maio de 1548, aos setenta e quatro anos, de morte natural. O papa João Paulo II, o canonizou em 2002 e designou sua festa litúrgica para 9 de dezembro, dia da primeira aparição.
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