05 de Julho de 2016
Mateus 9,32-38
Enquanto os cegos estavam saindo, as
pessoas trouxeram a Jesus um possesso mudo. Expulso o demônio, o mudo começou a
falar. As multidões ficaram admiradas e diziam: “Nunca se viu coisa igual em
Israel”. Os fariseus, porém, diziam: “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa
os demônios”. Jesus começou a percorrer todas as cidades e povoados, ensinando
em suas sinagogas, proclamando a Boa Nova do Reino e curando todo tipo de
doença e de enfermidade. Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de compaixão por
elas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor.
Então disse aos discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são
poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua
colheita!”
Entendendo
JESUS PEDE AO PAI QUE
ENVIE MAIS GENTE PARA O TRABALHO
Ainda que fosse necessário falar às multidões as revelações de Deus e do
novo jeito de viver, na implantação do Reino, em momento algum, Jesus deixava
de atender as pessoas doentes. Não se incomodava em ser interrompido. Essa
postura, Jesus foi passando para os discípulos que seriam seus continuadores.
As multidões ficavam espantadas e no Evangelho de hoje, exclamam: “Nunca se viu coisa igual em Israel”. Os
fariseus que faziam oposição a Jesus ficavam desesperados e se mostravam
incapazes de compreender como alguém podia ser tão misericordioso
e cheio de compaixão. Por não conseguirem discernir o dedo de Deus na ação de
Jesus, optavam por acusá-Lo de estar com o demônio no corpo.
Sentindo a quantidade de doentes e pessoas sofredoras, Jesus se mostra
preocupado. Nesse momento demonstra o desejo de que o Pai envie outras pessoas
para cuidar dessa gente cansada e abatida.
Atualizando
CONTINUA FALTANDO
MÉDICO NAS PERIFERIAS DO BRASIL
No Evangelho de hoje, Jesus vê a carência
do povo que corria ao seu encontro abandonado pelas autoridades. Ele se
compadece e pede a Deus que envie gente para o trabalho.
Pedido semelhante surge das periferias e
regiões mais distantes do interior do Brasil. O povo é mal atendido, faltam
médicos e muitas mortes que poderiam ser evitadas estão acontecendo.
Mas, será que falta médico mesmo, ou a
distribuição é mal feita. Segundo o Dr. Bruno Paolino, da Federação Nacional
dos Médicos é péssima a distribuição dos profissionais pelo território
brasileiro.
Ele lembra que em novembro de 2011, o
Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou o estudo “Demografia Médica no
Brasil”, que mostra a taxa de 1,95 médicos para cada mil habitantes
brasileiros. Este valor é quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial
de Saúde (OMS), que é de 1 médico para cada mil habitantes. Contudo, a
distribuição destes profissionais pelo território nacional é desastrosa:
enquanto cidades como Niterói/RJ, Barueri/SP, Belo Horizonte/MG e Porto
Alegre/RS têm uma taxa de 4 médicos/1000 habitantes, 2130 municípios não
conseguem manter ou expandir o Programa da Saúde da Família, 26 municípios não
possuem qualquer médico de família e 4 municípios não têm um único
profissional, com ou sem especialidade.
No ano passado o governo brasileiro
trouxe médicos estrangeiros para trabalhar nas regiões onde há carência no
atendimento. Esta é uma medida apenas paliativa. É necessário pensar uma
política diferente que favoreça, nos próximos anos, a ida de profissionais para
o atendimento àqueles que são brasileiros como nós e têm os mesmos direitos de
ter um atendimento digno.
A Igreja, representada pelas comunidades
espalhadas nessas regiões, está dando a sua contribuição através das pastorais
sociais. Mas é necessário unir esforços e cobrar das autoridades soluções
imediatas quanto à saúde pública.
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