OS EXAGEROS NAS SOLENIDADES DE CASAMENTO!
O casamento é um momento especial na vida de um casal. Eles têm o direito de valorizar o ato e, dentro de suas possibilidades, preparar uma festa para celebrar com dignidade um acontecimento único e marcante.
Cito exemplo ligado a nós, padres, em relação à ordenação sacerdotal. Escolhemos o bispo com o qual nos identificamos; os convites com frase marcante; fazemos uma relação de convidados para não esquecer as pessoas que foram e são importantes na caminhada; filmagens; fotos... É um direito que temos de celebrar a vida e os acontecimentos que Deus nos proporciona. Até aí, tudo bem!
Mas, o estrago que vem sendo provocado em muitos casamentos é a desvalorização do ato como bênção de Deus. A estrutura e a valorização da beleza externa roubam a cena e acabam desvalorizando o toque sagrado do sacramento. A Palavra de Deus é lançada para segundo plano.
Para começar, muitos são os casais que querem celebrar o ato sagrado em casas de evento, porque lá é o local da festa social e é mais cômodo para seus convidados. Aqui, a bênção em um local sacro que leva à interiorização do ato, não conta. Conta sim, a beleza do local que foi preparado para a festa, as despesas que são reduzidas e a comodidade. Sutilmente o ato social vira prioridade.
Em noites de casamento, muitas igrejas “são transformadas” em passarelas para desfile de moda. Uma roupa nova tem de ser comprada para cada evento. A noiva tem que atrasar porque é tradição, fica chique e chama mais a atenção. A funcionária da casa de evento aparece o maior número de vezes, porque precisa levar o lencinho para enxugar o suor do rosto da noiva, ainda que tire a atenção do ato divino que precisa concentração. O profissional da filmagem circula livremente, não importando se ocupa o espaço dos noivos ou do padre, pois, o mais importante é que a filmagem capte todos os detalhes...
Estamos chegando à beira da banalização do ato divino que é a bênção de uma nova família. O que mais assusta é que muitos desses casamentos são de familiares de pessoas que fazem parte da caminhada de Igreja. Isso angustia. Para um sacerdote que leva a sério sua vida interior e o respeito ao sacramento do Matrimônio, presidir tal ato, torna-se grande sacrifício e até peso de consciência.
Pe. Rosivaldo Motta, CSsR
Nenhum comentário:
Postar um comentário