31 de Dezembro de 2016
Lucas 4,21-30
Então, começou a dizer-lhes: “Hoje se
cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. Todos testemunhavam
a favor dele, maravilhados com as palavras cheias de graça que saíam de sua
boca. E perguntavam: “Não é este o filho de José”? Ele, porém, dizia: “Sem
dúvida, me citareis o provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Tudo o que
ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum faze também aqui, na tua terra!” E
acrescentou: “Em verdade, vos digo que nenhum profeta é aceito na sua própria
terra. Ora, a verdade é esta que vos digo: no tempo do profeta Elias, quando
não choveu durante três anos e seis meses e uma grande fome atingiu toda a
região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado
o profeta Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. E no tempo do
profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel, mas nenhum deles foi curado,
senão Naamã, o sírio”. Ao ouvirem estas palavras, na sinagoga, todos ficaram
furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no para o alto do
morro sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de empurrá-lo
para o precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu
caminho.
Entendendo
JESUS RETORNA À SUA CIDADE NATAL
No Evangelho de hoje Jesus retorna a
Nazaré, a cidade que lhe viu crescer. Foi até a igreja local (sinagoga) e falou
aos seus conterrâneos. Apesar de maravilhados com as palavras de Jesus não
receberam a graça de seus milagres, pois lhes faltava o essencial: a fé.
Quando percebeu a descrença deles, Jesus
fez uma afirmação que provocou revolta nos conterrâneos: “nenhum profeta é bem
recebido em sua pátria”, e citou duas passagens do Antigo Testamento,
relacionadas com os profetas Elias e Eliseu. Mostra nesses relatos que pessoas
de outras regiões deram credibilidade aos valores de Deus e somente para elas
os milagres aconteceram. A sinceridade de Jesus fez com que eles reagissem e
ameaçassem jogá-lo num precipício.
A verdade é que os nazarenos não
reconheciam em Jesus, o Filho de Deus. Ele era pobre, humilde, carpinteiro, um
homem comum, filho de José e Maria, casal conhecido. Como poderia Ele se
apresentar como o Messias? Não pertencia ao grupo dos fariseus, dos mestres da
lei. Admiravam a sabedoria com que Ele falava, mas isso não era o bastante para
acreditar que alguém tão comum, tão humano pudesse ser tão divino.
Atualizando
POR QUE ACREDITAMOS MAIS
EM QUEM NÃO CONHECEMOS BEM?
O Evangelho de hoje mostra o reencontro
de Jesus com sua terra natal, seus conterrâneos e parentes. Ao invés de sentir
alegria é tomado de tristeza pelo pouco caso que fazem por ser Ele, o “filho do
carpinteiro”.
A rejeição que Jesus sofreu continua
acontecendo com a gente... Pensemos nas pessoas que conviveram conosco desde
criança; que nos viram crescer; sabem de onde viemos; por onde passamos; com
quem aprendemos o que sabemos; e conseguem identificar até as influências que
tivemos para a formação das nossas ideias. Para essas pessoas continuamos sendo
“eternas crianças".
Agora pensemos em nossos amigos de
colégio, de universidade, de trabalho, de internet, de movimento de igreja, da
nova cidade onde fomos morar... Enfim, das pessoas com as quais nos
relacionamos já com algumas ideias formadas... Essas pessoas não nos conhecem,
não sabem de onde viemos, nossas influências, e acreditam que temos algo a
acrescentar ao que elas têm ou ao que elas são!
Quando alimentamos essas nossas
tendências a vida torna-se pobre, previsível e preconceituosa. E o mais grave –
não acreditamos que o Espírito de Deus, na sua sabedoria, pode agir naqueles
que convivem e fazem parte da nossa vida cotidiana. A lição prática do
Evangelho de hoje é para que não subestimemos a capacidade das pessoas que são
ou estão próximas a nós.
Adaptado do
depoimento de Jailson Ferreira.
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