26 de Outubro de 2013
Chegaram algumas pessoas trazendo a Jesus notícias a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando o sangue deles com o dos sacrifícios que ofereciam. Ele lhes respondeu: “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que qualquer outro galileu, por terem sofrido tal coisa? Digo-vos que não... E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que qualquer outro morador de Jerusalém? Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo”. E Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, foi lá procurar figos e não encontrou. Então disse ao agricultor: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a; para que ainda ocupa inutilmente o terreno?’ Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa-a ainda este ano. Vou cavar em volta e pôr adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então a cortarás’”.
UM PENSAMENTO EQUIVOCADO:
“Os outros são mais pecadores que nós!”
Jesus mostra que as vítimas das tragédias não são mais pecadoras do que as pessoas não afetadas pela calamidade. Dá a entender que a tragédia não acontece como vingança de Deus aos pecados cometidos pela humanidade.
A morte dos galileus e dos moradores de Jerusalém é um convite à conversão e ao reconhecimento, no tempo presente, da visita de Deus para salvar seu povo.
A figueira na tradição dos professores da época, os escribas, era símbolo da Lei. Ela está plantada na vinha.
Há uma tendência entre os cristãos em pensar que a conversão é somente para os outros, “aqueles que procedem mal e andam errados”. É como se, ao apontar a necessidade da conversão alheia, nós mesmos estivéssemos dispensados de nos converter.
Essa tendência mostra autossuficiência e pré-julgamento. É, também, uma forma de miopia espiritual. Diante disso, há os que se sentem como os maiores pecadores do mundo e como se estivessem condenados, pois veem pessoas que se dizem “de caminhada”, apresentar esse “deus condenador”.
Jesus combateu essa mentalidade. É arriscado pensar que os outros são mais pecadores do que nós mesmos e, assim, acomodar-nos em nossas limitações. Esta acomodação pode ser fatal. A sorte desta pessoa será como a da figueira infrutífera: apesar dos esforços do agricultor, poderá ser cortada.
PARA QUE ALGUÉM MUDE É NECESSÁRIO CONVENCER-SE A SI PRÓPRIO DESSA NECESSIDADE
No Evangelho de hoje, Jesus fala da conversão como necessidade básica para estar com Deus. Cita o exemplo da figueira estéril, mostrando que o Pai investiu em todos nós para que possamos produzir frutos, e dar a nossa contribuição ao mundo.
CONVERSÃO! Palavra meio batida e que, muitas vezes, soa mal aos nossos ouvidos. Sobretudo quando percebemos muitos fanáticos confundirem conversão com lavagem cerebral alienante.
A conversão defendida por Jesus é sadia, obedece a um projeto de vida bem planejado, que propõe ideais que devem ser atingidos para realização pessoal e comunitária. Essa conversão passa pela ‘vida interior’. Digo ‘interior’ porque ninguém muda se não se convence que é necessário para si, agir desta ou daquela maneira.
Conheci um colega padre que ficou sacerdote para realizar o sonho do seu pai e da sua família. Pessoa maravilhosa, mas que não se sentia realizado. Bastou o pai morrer que deixou o ministério. Tenho um amigo que ficou médico porque este era o desejo da família. Quando teve a coragem de assumir a si mesmo, deixou a medicina e hoje é músico.
Portanto, para alguém mudar e assumir um projeto de vida, que envolve conversão de valores é necessário passar por uma mudança interior, que é sofrida na maioria das vezes. Mas, após a tomada de consciência e atitude responsável, vem a realização e a produtividade. Lembro que tudo isso passa pela obediência à Palavra e por momentos fortes de encontro pessoal com Deus.
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