OS HOMENS ABORTAM
MAIS QUE AS MULHERES NO BRASIL
Na sociedade machista que vivemos a mulher sempre foi a mais acusada na prática do aborto, pelo fato da natureza privilegiá-la de ser portadora de uma vida em suas entranhas, durante nove meses.
Partindo para a reflexão fundamentada nos valores cristãos, uma gravidez não planejada ou adquirida numa prática irresponsável de uma relação, a responsabilidade, tanto do cuidado com a vida da criança, como a barbaridade de matar a sua vida ainda no feto é dos dois.
Partindo para a reflexão psicológica, o peso para a mulher é grande, levando em consideração a fragilidade dela, ao saber que dentro de si está levando um ser que pode mudar o seu destino. Afetada, psicologicamente, a mulher pode ser bombardeada de uma carga psicológica tão forte que a poderá decidir abortar, sem mesmo saber o que está fazendo. Ainda mais quando isso acontece na adolescência.
Neste sentido, o homem que a engravidou, tem muito mais possibilidade de evitar o aborto e defender a vida do que a própria mulher, pois ele sofre menos as consequências com o ato do que ela. O que vemos, na maioria dos casos, é a mulher sendo pressionada por quem a engravidou para praticar o aborto. Em muitos casos, homens casados que não querem que sua vida “estoure”. Isso é grave diante de Deus!
Falei até agora do aborto clássico que todos conhecem e acontece todo dia, nas clínicas clandestinas e tantos meios ilícitos. Mas existe outra forma de aborto, que não é tida como aborto, mas é. O aborto da “paternidade responsável”. O direito à paternidade responsável é garantido a todos os brasileiros pela Constituição Federal de 1988, no artigo 226, § 7º; no entanto, são inúmeros os casos em que o registro da criança é feito apenas com o nome da mãe.
São os filhos de homens que não assumiram sua responsabilidade e, impunes pela lei, simplesmente abandonam a mãe, que passa a conviver com o drama de portar uma certidão de nascimento do filho com a expressão “pai não declarado”, diante de uma sociedade machista e discriminatória em relação às mulheres.
O ato de abandonar um recém-nascido em caixas de papelão, em portas e esquinas pode levar a mulher que praticou o ato absurdo, à prisão. No entanto, o pai nem sequer é lembrado como envolvido, também, na história.
Um homem que rejeita um filho ao negar sua paternidade, ele também comete um aborto. Para este homem, aquele filho não existe, está morto em sua consciência. Tal aborto social importará em prejuízos na vida daquele que veio ao mundo sem pedir, mas que tem direito de ter um pai.
Pe. Rosivaldo Motta, CSsR
Blog: www.perosivaldomotta.blogspot.com.br
e-mail: pe.rosivaldo@globo.com
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