20 de Janeiro de 2014
Os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Vieram então perguntar a Jesus: “Porque os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam?” Jesus respondeu: “Acaso os convidados do casamento podem jejuar enquanto o noivo está com eles? Enquanto o noivo está com eles, os convidados não podem jejuar. Dias virão em que o noivo lhes será tirado. Então, naquele dia jejuarão. Ninguém costura remendo de pano novo em roupa velha; senão, o remendo novo repuxa o pano velho, e o rasgão fica maior ainda. Ninguém põe vinho novo em odres velhos, senão, o vinho arrebenta os odres, e perdem-se o vinho e os odres. Mas, vinho novo em odres novos!”
JESUS É QUESTIONADO SOBRE O
MOTIVO DE SEUS DISCÍPULOS NÃO JEJUAREM
Jesus é questionado sobre o porquê de seus discípulos não jejuarem, já que os de João Batista e dos fariseus jejuavam.
O jejum, ao longo da história do Antigo Testamento e até a chegada de Jesus, passou por vários sentidos; dentre eles, o de associar à tristeza, confissão de pecados, busca de Deus e, mais próximo de Jesus, o de apressar a chegada do Messias. Olhando estas motivações, dá pra ver que não tinha sentido os discípulos de Jesus fazerem jejum, pois a sua presença preenchia todas as necessidades que levavam as pessoas a jejuarem.
Na segunda parte do evangelho Jesus afirma que não se coloca remendo novo em roupa velha e nem vinho novo em barril velho. O que significa isso? Que não daria para Ele vir apenas para “remendar” as antigas práticas da antiga Lei. Jesus veio para fazer uma nova "legislação", onde as leis deviam ser simples e resumidas em uma só palavra: AMOR.
Assim como um barril velho não recebe vinho novo, pois se arrebenta, as pessoas que estão mergulhadas em regras e leis ultrapassadas deviam assimilar à nova “Lei do Amor” e romper com os hábitos antigos que pesavam a vida das pessoas.
A PRÁTICA DO JEJUM CONTINUA TENDO SENTIDO?
Embora seja uma prática antiga, bem antes da chegada de Jesus, o jejum ganhou novo sentido em Jesus Cristo.
Em princípio Ele mostra que o jejum deve ser feito ato religioso praticado no íntimo de cada pessoa, e não para impressionar os outros (Mateus 6,16-18).
“Quando jejuardes, não fiqueis de rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para figurar aos outros que estão jejuando. Em verdade vos digo: já receberam sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os outros não vejam que estás jejuando, mas somente teu Pai, que está no escondido. E o teu Pai, que vê no escondido, te dará a recompensa”.
O próprio Jesus exerceu a prática do jejum quando foi tentado pelo demônio e levado ao deserto. Em outro momento, os discípulos não conseguem realizar a expulsão do espírito do mal do corpo de uma pessoa e Jesus justifica que só seria possível com jejum e oração. Jejum e oração são dois exercícios espirituais fortes que o Mestre aconselha.
Após a morte de Jesus, a Igreja nascente fazia muito o uso do jejum. No livro dos Atos dos Apóstolos, podemos ler que a Igreja jejuava quando enviava seus representantes para evangelizar: “Jejuaram então e oraram, impuseram as mãos sobre Barnabé e Saulo e os deixaram partir” (13,3). Para as comunidades primeiras o jejum não podia ser pensado como um meio de obrigar Deus a conceder uma graça ou um favor, ou como um modo de fazer com que Ele atendesse nossas orações.
O jejum é um dos exercícios recomendados pela Igreja na Quaresma, tempo forte de preparação para a Páscoa. Trazendo para nossa realidade de hoje, o jejum é um tipo de penitência para obter o autodomínio do nosso corpo. Somos fracos humanamente e, nem sempre fazemos o que, em nossa consciência é correto. A prática do jejum, para quem leva a sério, atua como graça de Deus a trabalhar as nossas tendências humanas impulsivas e desequilibradas, na busca da disciplina e do equilíbrio.
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