25 de Janeiro de 2014
“Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. Eis os sinais que acompanharão aqueles que crerem: expulsarão demônios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes e beberem veneno mortal, não lhes fará mal algum; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados”.
JESUS, ANTES DE “SUBIR”,
PEDE AOS DISCÍPULOS QUE O MUNDO CONHEÇA DEUS!
O contexto do evangelho de hoje é a “ascensão”. A subida de Jesus, voltando para Deus, marca forte na vida daqueles discípulos – tanto o fato extraordinário da “subida”, como a responsabilidade que Jesus atribuiu a eles de serem continuadores de sua missão.
Toda a formação investida pelo Mestre, nos três anos de preparação devia ser colocada em prática a partir daquele momento: As longas caminhadas; os discursos dirigidos às multidões; debates com seus adversários foram, também, ocasiões propícias para tornar conhecido seu pensamento.
Seu modo de tratar as pessoas, especialmente os pecadores e marginalizados; seu relacionamento íntimo com o Pai; sua liberdade diante da Lei; sua ação enérgica contra a injustiça e exploração da boa-fé do povo serviam de alerta para os discípulos, em vista da atitude que deveriam tomar, daquele momento em diante.
E assim foi feito! Mesmo diante de tantas dificuldades, mesmo tendo que pagar o preço forte de muitos serem mortos assim como seu Mestre, os discípulos levaram à frente a missão. E, graças a eles, buscamos continuar, hoje, mesmo diante das nossas limitações humanas, seguir a Jesus e cumprir sua missão no mundo.
O NOSSO JEITO DE SER
E DE VIVER REFLETEM O DEUS QUE NÓS ACREDITAMOS!
Ao vermos uma fotografia, logo associamos aquela pessoa à sua história, sua vida, seu jeito de ser e viver. A Bíblia afirma que fomos “criados à imagem e semelhança de Deus” (Gênesis 1,26). Podemos afirmar que Deus está sendo apresentado por nós, através das nossas atitudes.
Nesta história comovente, Deus é apresentado por dona Almira da Silva Oliveira.
Essa história começa bem longe, nos confins da Bahia, quase divisa com Pernambuco. Certo dia, num lugar chamado Pilão Arcado, cidade com pouco mais de 30 mil habitantes, apareceu uma menina. Veio sem parentes, referência, história, rumo. Sem destino. Só dizia ser do Piauí. Na cidade, a menina, então com 18 anos, engravidou. Vivia pelas ruas.
Prostituía-se. Bebia, para esquecer o sofrimento e a solidão. Uma moradora da cidade, Almira da Silva Oliveira, hoje com 57 anos, cabelos grisalhos, viúva, quatro filhos, nove netos, conheceu a menina e sua barriga que começava a aparecer.
"Toda a vida gostei de ajudar os outros", conta a mulher. Almira, que pelejava na roça, ajudou a menina grávida. Dava-lhe o que comer. "E dormida também", lembra a baiana.
Chegou o dia do parto. Almira foi visitar o bebê da menina por quem se afeiçoara. Assim que deixou o hospital, a jovem mãe disse: "Dona Almira, fique com meu filho. Não posso criar ele. Tenho minha vida pra seguir". E se foi, para sempre. Nos braços de Almira, ficaram o bebê e a certidão de nascimento. Meses depois, Almira recebeu a notícia de que a menina havia morrido. "Eu pensei: 'Coitada, meu Deus, só pode ter sido de tanto beber'. Não imaginava que podia ser essa doença", ela conta.
O filho que não era seu começava a adoecer. "Ele começou a vomitar e a ter muita diarréia", ela diz. Depois, vieram sucessivas gripes. Febre alta e pneumonias. Emagrecia a olhos vistos. Exames não diziam ao certo o que aquela criança tinha. Uma médica de São Paulo, que chegara à cidade, o examinou. E disse àquela mulher que havia se tornado mãe de filho não parido: "Procure um lugar para levar esse bebê. O problema dele é sério, muito grave".
Desesperada, dona Almira pediu ajuda na cidade inteira para a viagem. Catou e contou moedas. Despediu-se dos filhos, dos netos e embarcou num ônibus-pirata para Brasília. Nos braços da "mãe", o menino sacolejou por dois dias. Pedro completara 9 meses. Durante a viagem, ele passou muito mal. Chegou a vomitar sangue. Almira chorou. Pediu a Deus que não deixasse seu filho morrer naquela estrada.
E finalmente o ônibus chegou à Rodoviária do Paranoá. Pedro agonizava. Com a ajuda de algumas pessoas, Almira chegou ao hospital da cidade. Lá, pela primeira vez, ouviu o que jamais esqueceria. Uma médica lhe disse: "Essa criança tem Aids". Almira chorou de desespero. E desamparo. De ambulância, Pedro foi transferido ao Hospital Regional da Asa Sul (Hras). Ficou internado durante quatro meses. Chegou o dia da alta. Para onde ir com seu filho? "O povo me ajudou. Aluguei um barraco em Itapoã", responde Almira.
Um dia, a mãe levou Pedro a uma consulta. Quando voltou, o barraco inteiro havia pegado fogo. Perdeu o quase nada que tinha. Perto dali, uma amiga lhe abrigou na casa dela por uns dias. Mas na vizinhança ninguém podia saber que Pedro tinha Aids. E assim se fez. Almira viajou à Bahia. Foi vender quatro bodes, a geladeira e uma velha cama. Voltou para Brasília. "Aqui não falta remédio. O governo dá todo mês. Meu filho vai viver", ela promete, com esperança inabalável.
Almira entendeu que precisava comprar um lote, construir seu barraco e viver com seu filho. Juntou todas as economias (uma médica do Hras, encantada com Pedro, lhe deu R$ 300) que conseguiu na vida: R$ 3 mil. Comprou o lote. E construiu seu barraco de dois cômodos, chão de terra dura, parede no reboco e telha de amianto. Numa mesma cama, dormem mãe e filho. Falta quase tudo. Menos a vontade de viver.
Viúva, Almira sobrevive com a pensão de R$ 300. Os vizinhos, tão carentes quanto ela, ajudam no que podem. "Tem dia que só dá pra ele... Eu fico sem comer, mas ele não", ela diz, com os olhos marejados.
Mesmo com tanto sofrimento, o espevitado Pedro ainda ri. Sentado no colo da mãe, ele confessa: "Ela é minha mãe linda". Ela o beija com ternura e devolve, comovidamente: "Ele é minha bênção. É tudo na minha vida". Almira entrou com pedido de adoção na Vara da Infância e da Juventude. "Com fé em Deus vai dar certo", torce.
Pedro está impaciente. Não vai à escola, que adora, há uma semana. Os gânglios linfáticos do pescoço estão inchados. "Ontem saiu o resultado do exame da carga viral dele. A médica disse que tá bom. Basta ele ter repouso e comer bem", conta a mãe. Repouso? É tudo que Pedro não consegue. Brinca com seu periquito, que aprendeu a chamar seu nome. E canta, para as visitas, a música que aprendeu há pouco no colégio: "Santo anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou..."
Pede à fotógrafa para ele mesmo tirar fotos. Extasia-se com o que seus olhos e mãozinhas ágeis são capazes de fazer. Almira se encanta: "Ele é muito inteligente". Na despedida, Pedro abraça o repórter, que, àquela altura, virou "tio". E diz, no portão: "Até a próxima". Impossível não querer voltar para rever aquele menininho de olhos pretos e vivos.
De tanto acreditar em super-heróis, ele também acha que tem superpoderes. E assim desafia todo dia o inimigo que o ameaça. Com cara de gente grande, ele explica: "A Aids é uma doença que faz a pessoa tomar remédio. Eu tomo pra curar o vírus... Minha mãe disse que vou ficar bom".
Fonte: www.aeradoespirito.net
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