22 de Abril de 2014
“Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. Dizendo isto, Maria virou-se para trás e enxergou Jesus em pé, mas ela não sabia que era Jesus. Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? Quem procuras?”... Então, Jesus falou: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou: “Rabûni!” (que quer dizer: Mestre). Jesus disse: “... Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”.
O CHORO QUE DENUNCIA A FALTA DE FÉ!
A cena é comovente. Maria Madalena chorando sozinha, do lado de fora do túmulo, demonstrando ser uma mulher muito humana e solidária; no entanto, ainda fraca na fé. Os anjos falam, mas ela não vê; o próprio Jesus se dirige a ela, e ainda assim não O reconhece. O que a faz perceber que se trata de Jesus? É quando Ele diz seu nome: Maria! Então ela finalmente “acorda pra vida”.
Jesus pede: “Não me segures, pois ainda não subi para junto do Pai”... A doutrina Católica nos coloca que, ao morrermos recebemos um corpo ressurreto, ou seja, um corpo glorioso desvinculado daquele que vivemos na terra. Ele passou por essa experiência, também, como precursor de nossa ressurreição para a vida eterna. Nós, depois da morte, passaremos pela mesma experiência, com apenas uma diferença, teremos que nos purificar de nossos pecados para recebermos um corpo novo, glorioso, iluminado.
Jesus, para abrir o caminho da vida eterna, viveu tudo que teremos que viver para chegar ao céu. Ele tanto se fez homem que chamou seus discípulos de irmãos, e os colocou na condição de filhos ao chamarem a Deus de Pai, assim como Ele fazia e havia ensinado.
O CHORO DE MADALENA E O CHORO DA MÃE DO PADRE
Dia 18 de março do ano passado, nós, Redentoristas da Bahia, “perdemos” um colega padre. Jeferson Leite, com apenas 32 anos, e menos de um ano de padre, foi vítima de um acidente automobilístico.
Em meio à tristeza e o sentimento de “perda” que tomou conta de nós, um testemunho bom sobressaiu – a postura de fé demonstrada pela família do confrade, sobretudo pela mãe, dona Osmarina. Ela e seu esposo Jair choravam, mas de forma contida, a ponto de consolar as pessoas que chegavam mais abaladas. Em uma das conversas que tive com dona Osmarina, em frente ao corpo do filho, ela falava que Deus havia se servido tão pouco do seu filho, mas que se era da vontade Dele, ela estava conformada.
Era visível a segurança de fé daquela família. Sua avó me dizia que desde criança ele falava em ser padre. Tudo servia para reforçar a crença na ressurreição, ainda que eles não pronunciassem tal palavra.
Dona Osmarina, mãe do padre e a Madalena do Evangelho de hoje, se assemelham apenas no afeto humano, ambas demonstraram sentimento de carinho. No entanto, a fé de Madalena ainda não havia chegado ao estágio de acreditar nas palavras do próprio Jesus sobre a ressurreição, ouvidas pessoalmente por ela; enquanto que dona Osmarina, na sua simplicidade, demonstrou a profundidade do Cristo ressuscitado que a alimenta na Eucaristia e na Palavra.
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