A
“FÉ CEGA” PODE LEVAR AO FANATISMO!
Existe
uma frase conhecida que diz assim: “Não amamos o que não
conhecemos”. É verdade. Quando aplicamos esta afirmação em
relação à fé, descobrimos que, quanto mais a pessoa procura
conhecer os princípios que nos levam a crer nas coisas de Deus, mais
“espertos” ficamos, e ai fica difícil ser enganado facilmente ou
nos jogarmos apenas aos sentimentos fanáticos.
Muitas
vezes classificamos Maria como a mulher do silêncio, mas não apenas
um silêncio revelador, mas um silêncio passivo, como se ela fosse
uma coitadinha, uma jovenzinha nascida nas montanhas que disse “sim”
de forma ingênua a Deus. Engana-se quem pensa desta maneira. Ao
receber a proposta do anjo, Maria parou, refletiu, sentiu medo,
reagiu questionando... “Como é que vai acontecer isto, se eu não
conheço homem...” Somente depois dos argumentos convincentes do
anjo e da prova apresentada, citando sua prima Isabel foi que Maria
se convenceu e se entregou aos braços de Deus.
Vivemos
hoje, na realidade brasileira, um verdadeiro bombardeio diário na
mídia. É forte a “propaganda” e oferta de milagres,
utilizando-se do nome sagrado de Deus para fins comerciais. Homens
travestidos de religiosos iludem e se aproveitam do desespero e da
ignorância das pessoas mais simples, que buscam aliviar seu
sofrimento.
Escutando
recentemente dois programas na televisão, de duas denominações
religiosas conhecidas no Brasil, altas horas da madrugada, fiquei
estarrecido ao ver duas ofertas diferentes.
A
primeira, dizia o pastor, que os pedaços de carvão que estavam
envelopados, eram da “Fogueira Santa de Israel”. Os “fiéis”
deveriam pegar, deixar sua contribuição para a igreja e colocar o
carvão, de forma escondida, na entrada e saída da casa, como
proteção contra o “mau olhado” e todo tipo de “influências
negativas”.
Em
outro programa, vários vidros de água foram mostrados, e o pastor
dizia que era água do rio Jordão onde Jesus fora batizado. Aquela
água, passada no corpo, afirmava ele, curaria de toda e qualquer
enfermidade. Ao pegar o “frasquinho” a pessoa devia deixar
determinada quantia, e ele afirmava que “não fechasse a mão para
Deus”.
A que
ponto chegamos! Quando alguém é lesado em uma compra ou por uma
propaganda enganosa no mundo civil, já existem as punições à base
da lei. No entanto, diariamente, propagandas enganosas são
utilizadas no “universo religioso” com finalidades comerciais, o
povo continua sendo enganado e providencias ainda não foram tomadas.
Pe.
Rosivaldo Motta, CSsR
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