30 de Novembro de 2015
Mateus 4,18-22
Vendo uma grande multidão ao seu redor, Jesus deu ordem de passar para a outra margem do lago. Nisso, um escriba aproximou-se e disse: “Mestre, eu te seguirei aonde fores”. Jesus lhe respondeu: “As raposas têm tocas e os pássaros do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”. Outro discípulo disse a Jesus: “Senhor, permite-me que primeiro eu vá enterrar meu pai”. Mas Jesus lhe respondeu: “Segue-me, e deixa que os mortos enterrem os seus mortos”.
Entendendo
“SEGUE-ME E DEIXA QUE OS
MORTOS ENTERREM OS SEUS MORTOS!”
Para seguir a Jesus de maneira mais dedicada, assim como os discípulos, era necessário ser despojado e estar disposto a encarar qualquer tipo de situação. Jesus tinha seus critérios definidos para quem quisesse ser discípulo - era necessário confiar no Mestre, pegar a mochila e se lançar na estrada.
Vivendo esse estilo de vida era necessário renunciar ao bem-estar econômico e à própria segurança. Ele mesmo não tinha onde reclinar a cabeça. Vivia como se fosse um estrangeiro, um peregrino na terra. Não podia ser diferente com o discípulo. O discipulado se dá em forma de desapego e liberdade em relação aos bens materiais.
No seguimento a Jesus, deixar a família pesava bastante. Por isso, no evangelho de hoje, Jesus deu ao discípulo a ordem de segui-Lo sem esperar pela morte e sepultamento do próprio pai. Haveria quem cuidasse disto. Quanto ao discípulo, o Reino exigia que ele assumisse imediatamente a sua parte na missão.
Atualizando
A PERDA DE FAMILIARES,
POR AQUELES QUE PARTEM EM MISSÃO!
Nas exigências de Jesus no Evangelho de hoje, uma nos faz pensar o quão exigente é a prioridade a Deus na missão. É quando Ele diz: “deixa que os mortos enterrem os seus mortos”.
Lembro aqui de padres, freiras, homens e mulheres missionários que são chamados a uma vida diferente na sociedade, saem de suas terras e partem em missão para outros países. Em muitos casos, fazem a despida de seus familiares e nunca mais os veem. Isso acontece na caminhada de Igreja no mundo inteiro.
Falando da realidade brasileira, convivo com missionários redentoristas poloneses, e dou testemunho das vezes em que presenciei a notícia de falecimento do pai, da mãe ou de familiares próximos. Tinham que buscar o consolo em Deus por não terem possibilidade de estar com eles nos momentos em que sua presença seria tão significativa.
Lembro-me também de um padre italiano, o frei Hermenegildo de Castorano, da arquidiocese de Feira de Santana. Ele, já com 90 anos, contava emocionado e com olhos lacrimejantes, da sua despedida da casa paterna, em tempos que se viajava de navio da Europa para o Brasil.
“Chorávamos muito e meus pais não falavam mais que a bênção e os gemidos de dor, ao escorrer as lágrimas. Já estava no pátio do navio, quando minha irmã chega correndo, trazendo um bilhete do meu pai que guardo até hoje. Dizia o bilhete: Meu filho, nós sabemos que segues um destino divino e nunca mais nos veremos. Mas, o mesmo Deus que te chamou para terras estranhas, me dará a graça de, todo dia, ao nascer e ao pôr do sol, olhá-lo e sentir a tua presença. Somente isso, para nós, será confortante”.
Aquele grande missionário morreu um ano depois de fazer tal declaração.
Hoje, tudo é mais fácil e as distâncias encurtaram, mas sempre devemos ser gratos e homenagearmos tanta gente que parte em Missão, enviada pela Igreja para evangelizar outros povos.
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