13 de Maio de 2016
Lucas 11,27-28
Enquanto Jesus
falava, uma mulher levantou a voz do meio do povo e lhe disse:
"Bem-aventurado o ventre que te trouxe, e os peitos que te
amamentaram!". Mas Jesus replicou: "Antes bem-aventurados aqueles que
ouvem a palavra de Deus e a observam!"
Entendendo
UMA MULHER SE LEVANTA DO MEIO
DO POVO E EXALTA O VENTRE QUE
TROUXE JESUS
O evangelho de hoje traz um fato incomum,
nos acontecimentos da vida de Jesus. Uma mulher do meio do povo exalta a mãe de
Jesus e o privilégio de Maria ter amamentado alguém tão sábio e diferenciado do
padrão comum dos filhos. Nessa constatação fica claro que, somente alguém
agraciada por Deus (quando a chama de “bem-aventurada”) podia ser capaz de ser
essa mulher.
O elogio a Maria era também um elogio a
Jesus. Na mentalidade da época, exaltar a mãe era uma forma de exaltar o filho.
Esta era a intenção da mulher: fazer um elogio a Jesus, reconhecendo que Maria
possuía um poder extraordinário vindo de Deus.
Jesus não discordou da mulher, mas fez um
acréscimo. Afinal, não bastava ter um grau de parentesco com Ele para ser
objeto de reconhecimento. Ele deixou claro que, além dos laços de sangue, a
ligação mais forte é dada na dimensão divina: ser cristão, ouvir com fidelidade
e perseverança a Palavra e oferecer ao mundo um testemunho de vida, colocando o
amor em prática no jeito de viver a vida diária.
Atualizando
A MATERNIDADE E O
ENCONTRO DA MÃE CONSIGO MESMA!
Muitos aspectos ocultos de nossa psique
feminina são desvelados e ativados com a chegada dos filhos. Estes momentos
são, habitualmente, de revelação e de experiências místicas se estivermos
dispostas a vivê-los nesse sentido tais e se encontrarmos ajuda e apoio para
enfrentá-los. Também são uma oportunidade de reformularmos as ideias
preconcebidas, os preconceitos e os autoritarismos encarnados em opiniões
discutíveis sobre a maternidade, a criação dos filhos, a educação, as formas de
criar vínculos e a comunicação entre adultos e crianças.
Todas as mulheres trazem experiências que
atravessam como se fossem únicas, sabendo, ao mesmo tempo, que são
compartilhadas com as demais fêmeas humanas e fazem parte de uma rede
intangível em permanente movimento. Mesmo sendo muito diferentes umas das
outras, as mulheres ingressam em um território onde circula uma afinidade
essencial comum a toda mãe. Refiro-me ao encontro com a experiência maternal,
em que cada uma se procura e se encontra em um espaço universal, mas buscando
também a especificidade individual.
Na instituição que dirijo, as mães se
permitem ser elas mesmas, rindo dos preconceitos e dos muros que erguem por
medo de ser diferentes ou de não ser amadas. Ali foi gestada a maioria dos
conceitos os estados alterados de consciência do puerpério, os campos
emocionais em que ingressamos com os bebês, a loucura indefectível e esse
permanente não reconhecer mais a si mesma.
No intercâmbio criativo, as profissionais
tentam encontrar as palavras corretas para nomear o que acontece conosco.
Arrependo-me de não ter filmado as aulas ou as entrevistas individuais com as
mães que nos consultam, porque esse poder, esse florescer dos sentimentos
femininos, raramente pode ser traduzido com exatidão pela palavra escrita.
(Apresentação
do livro de Laura Gutman
“A maternidade e o encontro com a própria
sombra”)
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