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sábado, 15 de abril de 2017

10/04 - Jo 12,1-11

10 de Abril de 2017


evandia

João 12,1-11

Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde morava Lázaro... Maria, então, tomando meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos. Judas Iscariotes falou assim: “Por que este perfume não foi vendido por trezentos denários para se dar aos pobres”.... Jesus, porém, disse: “Deixa-a! Que ela o guarde em vista do meu sepultamento. Os pobres, sempre os tendes convosco. A mim, no entanto, nem sempre tereis”...




            Entendendo


AS SEGUNDAS INTENÇÕES DE JUDAS

Judas era quem cuidava das finanças do grupo, e estava acostumado a agir com desonestidade na administração das ofertas que o povo dava a Jesus e aos apóstolos. Ao alegar o suposto desperdício do perfume, a preocupação dele não era com os pobres. Jesus sabia de tudo e o desmascarou a tempo.

Judas, movido pela malícia, não percebia que, convivendo com Jesus, vivia um estilo de pobreza e desapego aos bens materiais. Sua maldade não lhe deixava enxergar o que tantas vezes Jesus alertava, em sua convivência com eles. Portanto, a censura de Judas a Jesus não tinha cabimento. O Mestre sabia muito bem o que estava fazendo e o sentido de tudo o que estava acontecendo.

Jesus alertou aos discípulos e a Maria, dona da iniciativa comovente de perfumá-Lo, a possibilidade de sempre ter pobres para fazer o bem, enquanto Ele estava ali somente por mais alguns momentos. Ele sabia que a hora da partida estava chegando, e quis presentear os discípulos e aquela família, com momentos de despedida e conforto solidário.




Atualizando


O DINHEIRO QUE TRAZ CONFORTO E 
PODER É O MESMO QUE PODE DESTRUIR A ALMA

A convivência de Jesus com os apóstolos, os contatos diversos com autoridades políticas, religiosas, sociais e a multidão levavam Jesus a tratar de diversos assuntos da vida cotidiana. Graças a isso, temos a clareza de como agir em várias situações, nos dias de hoje.

O tesoureiro Judas é um exemplo negativo que não deve ser seguido por aqueles que lidam com áreas que envolvem o setor financeiro de empresas, instituições, comunidades ou de sua própria vida pessoal.

O dinheiro em si não é mau. Todos nós necessitamos do dinheiro para viver com dignidade. O mal é a maneira que o buscamos ou administramos. Não somente o dinheiro, mas tudo que hoje está sob o nosso comando.

Na história atual do Brasil somos conhecedores dos inúmeros casos de desvio e má gestão do dinheiro público. Muitas são as instituições criadas como “laranja” com intenções fraudulentas. Portanto, Judas e a sua ação no evangelho de hoje está bem presente em nossa realidade.

Além dos grandes profissionais que lidam com vultuosas quantias, existe outro meio, este mais popular, de mergulhar no mau uso do dinheiro – o consumismo – deixar-se ser tentado a adquirir ou comprar algo que, em geral, não é necessário. O marketing do mundo contemporâneo é forte, capaz de atrair muitas pessoas a serem compulsivas no “ter” para satisfazer as falsas necessidades.

É o tênis da moda, a roupa de marca, o último lançamento do celular, do Iphone, o carro que nunca teve... Muitos não podem comprar, mas acabam se endividando e estourando seus cartões. Outros roubam, para conseguir o dinheiro e sentir o prazer que a sociedade consumista motiva.

São recomendações de Jesus aos discípulos que partiam em missão: “Não leveis ouro, nem prata, nem dinheiro à cintura; nem sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bastão, pois o trabalhador tem direito a seu sustento” (Mateus 10,9-10). Ainda que o contexto seja outro, percebemos aí, o cuidado de Jesus para que aqueles homens não caíssem em excessos e vaidades, o que atrapalharia sua liberdade de conduta.


O dinheiro administrado por uma pessoa de bem, com princípios que norteiem para o bem comum e a felicidade geral de todos, torna-se um serviço cristão; pois, a sabedoria de sua administração fará acontecer valores como a justiça e a igualdade que, nada mais é que “amar o próximo como a si mesmo”, anunciado por Jesus como referência entre os mandamentos divinos.

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