30 de Abril de 2017
Dia do Ferroviário
O ferroviário, isto é, o trabalhador das
estradas de ferro, também tem o seu dia. É o 30 de abril. Por quê? Porque em 30
de abril de 1854 inaugurou-se a primeira linha ferroviária do Brasil, numa
viagem que contou com a ilustre presença do imperador dom Pedro II
e da imperatriz Tereza Cristina.
A Estrada de Ferro Petrópolis, que tinha
cerca de 14 km de trilhos, ligava o Rio de Janeiro a Raiz da Serra, na direção
da cidade que batizou a ferrovia. Ela foi um empreendimento do empresário Irineu Evangelista de Sousa, que por isso recebeu do governo
imperial o título de barão de Mauá.
Hoje, pode não parecer, mas as estradas
de ferro e seus trabalhadores já foram muito importantes para o desenvolvimento
de nosso país. A história do Brasil, em diversos sentidos, caminhou sobre os
trilhos dos trens, puxada pelas locomotivas. Quer um exemplo surpreendente?
Os ingleses e o futebol
As duas primeiras bolas de futebol
trazidas para o Brasil, que introduziu aqui esse esporte britânico, foram
utilizadas numa partida entre os funcionários da São Paulo Railway (= estrada
de ferro) e os da Companhia de Gás. Os ferroviários ganharam por 4 a 2.
Na verdade, assim como o futebol, a
ferrovia é uma invenção dos ingleses. A primeira locomotiva da história foi
projetada pelo engenheiro George Stephenson
(1781-1848). Seus resultados para o transporte de carga e passageiros foram
surpreendentes. Afinal, os transportes terrestres da época tinham tração animal
e a locomotiva (de "locomotion", locomoção, movimento) atingia uma
velocidade incrível: 20 quilômetros por hora.
Os trens rapidamente se difundiram no
mundo e no Brasil. Aqui, em 1889 já havia 10 mil quilômetros de linhas férreas
e, no centenário da inauguração da estrada de Mauá, em 1954, os trilhos já
haviam atingido cerca de 40 mil quilômetros. Ao longo de todo esse tempo,
várias outras vezes os ferroviários ajudaram a transportar nossa história.
A locomotiva da história
Em 1930, Getúlio Vargas
pegou um trem no Rio Grande do Sul e seguiu para o Rio de Janeiro, conduzindo
as tropas gaúchas que iriam depor o presidente Washington Luís
e começar um novo período da história nacional. Da mesma maneira, viajavam de
trem as tropas paulistas que se insurgiram contra Getúlio em 1932, lutando pela
promulgação de uma nova Constituição.
Na década de 1950, o trem era o principal
meio de transporte entre as duas maiores cidades do país: São Paulo e o Rio de
Janeiro. A ponte aérea só surgiria em 1959. Contudo, não foi o avião que o
presidente Juscelino Kubitschek trouxe para o Brasil, na virada da década de 50 para a de
1960, mas a indústria automobilística.
Com isso, as estradas de ferro entram em
decadência. Infelizmente, pois se trata de um meio de transporte eficiente,
barato e limpo, no que se refere à poluição ambiental. Hoje em dia, a malha
ferroviária do país chega somente a cerca de 30 mil quilômetros, utilizada em
sua maioria para o transporte de carga.
Trem-bala
Você pode estar pensando que isso é
natural, que o trem era uma coisa do passado, que se tornou ultrapassada com o
surgimento dos carros, dos ônibus, dos automóveis, mas isso absolutamente não é
verdade. A importância do passado ressalta que as ferrovias também podem ser
uma grande opção de transporte no futuro. Nas grandes cidades, os trens já são
importantíssimos, transportando passageiros por debaixo da terra nos metrôs.
Além disso, a tecnologia ferroviária
evolui muito ao longo de quase dois séculos. O trem-bala japonês, que une as
cidades de Tóquio e Osaka, atinge uma velocidade média de 300Km/h. No Brasil o
Ministério dos Transportes fala em abrir uma concorrência para criar uma PPP
(Parceria Público-Privada) para a construção de um trem-bala entre o Rio de
Janeiro e São Paulo.
Ele percorreria os 400Km que separa as
duas cidades em uma hora e meia, viajando a uma velocidade média de 280Km/h.
Este talvez já seja um bom motivo para se comemorar com entusiasmo o dia do
ferroviário.
Fonte:
www.educacao.uol.com.br
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