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quinta-feira, 8 de junho de 2017

06/06 - Mc 12,13-17

06 de Junho de 2017



Marcos 12,13-17

Então, mandaram alguns fariseus e partidários de Herodes, para apanhar Jesus em alguma palavra. Logo que chegaram, disseram-lhe: “Mestre, sabemos que és verdadeiro e não te deixas influenciar por ninguém. Tu não olhas a aparência das pessoas, mas ensinas segundo a verdade o caminho de Deus. Dize-nos: é permitido ou não pagar imposto a César? Devemos dá-lo ou não?” Ele percebeu o fingimento e respondeu: “Por que me armais uma armadilha? Trazei-me a moeda do imposto para eu ver”. Trouxeram-lhe uma moeda. Ele perguntou: “De quem é esta figura e a inscrição?”. Responderam: “De César”. Então, Jesus disse: “Devolvei, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus”. E estavam extremamente admirados a respeito dele.



            Entendendo


“DAI A CÉSAR O QUE É
DE CÉSAR, E A DEUS O QUE É DE DEUS!”

Os chefes do povo se enfurecem cada vez mais e procuram um motivo para acusar Jesus, principalmente quando ouviram a parábola dos vinhateiros assassinos e perceberam que Jesus estava falando com eles. Desde aquele momento que eles queriam prender o Mestre, mas temiam uma revolta popular.

Eles fazem uma armadilha com a pergunta sobre o imposto que deveriam pagar a Cézar: “É permitido ou não pagar imposto a César? Devemos dá-lo ou não?”.

A pergunta é de ordem política. Grande parte do povo andava revoltada com os altos impostos cobrados pelo governo. Só que os Herodianos que estavam presentes eram representantes do governo e agiam com violência. Foram eles que mataram João Batista. Caso Jesus respondesse que não deveria pagar o imposto, seria atacado por eles. Se dissesse que deveria, o povo se revoltaria contra ele. Não havia saída.

Jesus dá uma resposta fenomenal. Busca argumentos bíblicos do Antigo Testamento e cala a comitiva.

“De quem é esta figura?” Deus não entra em disputa com as coisas do mundo: “Devolvei, pois, a César o que é de César...”. Jesus argumenta utilizando a “figura” (imagem) e “inscrição”, e explora estas duas palavras. Para a Bíblia o ser humano é imagem de Deus (Gn 1,26-27).  A inscrição pode se referir à Lei inscrita no coração (Jr 31,33; Pr 7,3). Neste sentido, o que é de Deus é o ser humano, portador da imagem de Deus e de sua Lei.




Atualizando


É LÍCITO OU NÃO PAGAR IMPOSTOS AO GOVERNO?

No evangelho de hoje os adversários de Jesus fazem uma armadilha, de conotação política, para incriminá-lo e perguntam: “É permitido ou não pagar imposto a César?”. Vou me servir desta pergunta para fazer um esclarecimento.

Em cada momento reclamamos dos altos impostos cobrados pelo governo brasileiro. A carga de impostos chega a ser tão elevada que o preço dos produtos sobem desproporcionalmente, encarecem e isso favorece à pirataria e entrada de produtos mais baratos da China e outros países. Mas, será que é Deus quem tem que resolver o problema?

“Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”. Ele respondeu: “Homem, quem me encarregou de ser juiz ou árbitro entre vós?” (Lc 12,13-14).

Com essa resposta Jesus deixa claro que não é Ele quem vai resolver os nossos problemas de ordem familiar ou social. Deus, ao nos criar, nos habilitou para a vida, deu-nos inteligência e sabedoria para construirmos a nossa história. Assim como sabemos organizar a vida humana em direitos e deveres, na relação com Deus podemos também atribuir essa dualidade. Deus nos deu o direito de nos servirmos do seu poder para auxiliar a nossa vida; mas é um dever nosso resolver nossos problemas.

Parece banal este esclarecimento, de tão evidente, mas na prática o que vemos é muita gente acomodada, deixando de lutar e conquistar seu espaço ou correr atrás para resolver uma situação que ele é capaz, para transferir responsabilidade para o poder divino. Deus abençoa quando vê o nosso esforço. Lembra dos cinco pães e dois peixes que Jesus multiplicou para alimentar a multidão? Ele valorizou o esforço de quem não cruzou os braços e buscou uma saída, ainda que não fosse suficiente.


Como cidadãos, devemos pagar impostos porque eles fazem parte dos recursos para organizar a sociedade; no entanto, quanto eles se tornam abusivos, somos nós que temos que lutar para dar um basta à exploração, e não cruzar os braços e deixar que as forças do Alto resolvam. Elas podem nos ajudar a resolver e não resolver por nós.

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