1 de Novembro de 2013
Num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. Estes o observavam. Em frente de Jesus estava um homem que sofria de hidropisia. Tomando a palavra, Jesus disse aos doutores da Lei e aos fariseus: “Em dia de sábado, é permitido curar ou não?” Eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e o despediu. Depois lhes disse: “Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo daí, mesmo em dia de sábado?” E eles não foram capazes de responder a isso.
A LUTA DE JESUS CONTRA UMA RELIGIÃO FANÁTICA
E ULTRAPASSADA
Jesus é convidado, pela terceira vez, para almoçar na casa dos fariseus e não recusa o convite, mesmo sabendo que havia entre eles total desconfiança, e o clima não lhe era favorável. O Mestre queria investir todas as cartadas para mudar a maneira de pensar e agir daqueles homens que, movidos por uma religião fanática e ultrapassada, tornava a vida insuportável.
Todos os gestos de Jesus eram acompanhados pelos fariseus. Certamente o clima era tenso, mas era necessário aproveitar aquele momento para mostrar-lhes que as normas da lei não podiam fazer a pessoa sofrer; sobretudo a proibição de fazer o bem no sábado, dia sagrado. É nesse contexto que Jesus, sem que ninguém peça, toma a iniciativa de curar a mão doente do homem.
Eles observam a cena com muita raiva. Jesus percebe a reação e coloca uma prática feita por eles em dia de sábado - tirar um boi ao cair num poço. Com esse exemplo eles se calam.
AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
E A PROIBIÇÃO DA TRANSFUSÃO DE SANGUE
A posição religiosa das testemunhas de Jeová em relação ao uso de sangue na medicina e na alimentação é uma das mais criticadas ao longo dos anos. Na interpretação que eles fazem da Bíblia, entendem que o uso do sangue é proibido pela lei divina. Eles entendem que a proibição foi dada por Deus a Noé e se apegam a alguns textos bíblicos do Antigo Testamento.
"Tudo o que se move e vive vos servirá de alimento; eu vos dou tudo isto, como vos dei a erva verde. Somente não comereis carne com a sua alma, com seu sangue. Eu pedirei conta de vosso sangue, por causa de vossas almas, a todo animal; e ao homem que matar o seu irmão, pedirei conta da alma do homem” (Gn 9,3-5).
É bom esclarecer que a Bíblia não proíbe a transfusão de sangue nem no Antigo e nem no Novo Testamento. O texto acima se refere ao castigo àqueles que tirarem a vida, derramando sangue inocente. Jesus Cristo veio aperfeiçoar a Lei antiga e em momento algum proibiu a transfusão de sangue ou recurso semelhante. Ele defende a vida e todas as formas de recuperação dela. Ele curou os doentes utilizando-se de vários meios e levou seus discípulos a fazerem o mesmo.
Jesus nos leva a amar o nosso próximo (Mc 12,31). Se o sangue é a vida do corpo, então a transfusão de sangue é uma forma de compartilharmos a vida com o nosso próximo. Jesus nos manda até mesmo dar a vida por nossos irmãos (1Jo 3,16). Proibir a transfusão de sangue é tirar o direito de viver!
Desafios para a medicina e para a justiça
Apesar da posição das testemunhas de Jeová ser cada vez mais contestada, ainda surgem desafios éticos e legais, sobretudo na área da saúde. Muitos hospitais recorrem a vias judiciais para forçar um determinado tratamento recusado, especialmente quando o paciente é uma criança.
Quando existe risco da morte iminente de um menor, ao abrigo da Constituição de alguns países, os Tribunais de Menores têm vindo a decretar a suspensão temporária do poder paternal e autorizar o tratamento médico recomendado.
Após ser devidamente esclarecido sobre os riscos e/ou benefícios de um tratamento médico, um paciente adulto capaz tem o direito de aceitá-lo ou não. É uma expressão da sua liberdade, declarada e garantida pela Constituição de vários países.
Os médicos ou membros de equipes médicas podem rejeitar tratar um paciente que não aceite os tratamentos que estes lhe apresentam, caso considerem que não possuem meios de recorrer a alternativas viáveis.
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