21 de Janeiro de 2014
Certo sábado, Jesus estava passando pelas plantações de trigo, e os discípulos começaram a abrir caminho, arrancando espigas. Os fariseus disseram então a Jesus: “Olha! Por que eles fazem no dia de sábado o que não é permitido?” Ele respondeu: “Nunca lestes o que fez Davi quando passou necessidade e teve fome, e seus companheiros também? Ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães da oferenda, que só os sacerdotes podem comer, e ainda os deu aos seus companheiros!” E acrescentou: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Deste modo, o Filho do Homem é Senhor também do sábado”.
JESUS ROMPE COM A “OBEDIÊNCIA CEGA À LEI!”
O sábado era o Dia dos dias para o judeu piedoso. Os rabinos (mestres que interpretavam a Lei antiga) eram tão rigorosos que exigiam do povo que nenhum esforço fosse feito naquele dia.
Jesus percebeu o exagero e tratou de modificar este ponto que parecia pequeno, mas pesava como um verdadeiro tormento na vida das pessoas. Basta lembrar que, em um dia em cada semana, as pessoas eram obrigadas a ter uma obediência cega, prejudicando a sua vida pessoal, familiar, social e religiosa.
Para Jesus o dia sagrado (hoje o domingo) não se define por uma “ladainha de proibições”, ainda mais quando elas impediam de fazer o bem. Para Ele, não existia nada de inconveniente em colher espigas para comer e matar a fome. Inconveniente maior para ele seria morrer de fome, tendo o alimento à mão, só para cumprir a lei. Jesus não pactua com mentalidade tão mesquinha.
A FÉ SADIA NOS LEVA A SERMOS CRÍTICOS
E ENXERGARMOS A VIDA COM VISÃO MAIS ABRANGENTE
O escravo é levado a obedecer cegamente o seu senhor. Olhando a tradição bíblica, vemos já no início a apresentação de Deus como aquele que cria a pessoa humana para ser livre, ter ideias próprias, e não quer que seus filhos sejam escravos. Tira-os do Egito, do domínio escravocrata dos faraós e indica uma terra onde eles possam a construir o seu futuro.
Dentre tantas afirmações bíblicas que nos levam a ter consciência do que somos e queremos, destaco um versículo do Salmo 32,9, muito interessante: “Não sejas como o cavalo ou o jumento sem inteligência; se avanças para dominá-lo com freio e rédea, de ti não se aproxima”.
É muito perigosa a “obediência cega”. Ela leva as pessoas a repetirem comportamentos e atitudes solicitados, sem discernimento e sem saber o que estão fazendo. Na prática de cada dia, podemos perceber tal comportamento, na atitude de pessoas submissas, que acabam até mesmo recriminando colegas que promovem algo diferente, inovador, "fora da norma".
A maturidade de fé nos leva a obedecer com critério, sabendo as razões que nos fazem cumprir determinadas ordens, e se elas são utilizadas para o bem, ou se estão sendo utilizadas para fazer das pessoas “vacas de presépio” a obedecer para satisfazer os interesses vaidosos de alguém ou alguma empresa, instituição...
Tomando como referência o “mundo do trabalho, isso pode acontecer, por exemplo, num empresa onde prestamos serviço e somos levados a obedecer suas normas e finalidades. Por um lado, precisamos do emprego e devemos nos submeter à filosofia da empresa; por outro, temos valores aprendidos na família e na fé que mexem com a nossa consciência e que não podemos abrir mão deles. Não é fácil fazer tal discernimento!
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