16
de Junho de 2014
Mateus 5,38-42
“Ouvistes que foi dito: ‘Olho por
olho e dente por dente!’ Ora, eu vos digo: não ofereçais
resistência ao malvado! Pelo contrário, se alguém te bater na face
direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um
processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém
te forçar a acompanhá-lo por um quilômetro, caminha dois com ele!
Dá a quem te pedir, e não vires as costas a quem te pede
emprestado”.
Entendendo
A
VIOLÊNCIA DÁ LUGAR A GESTOS DE AMOR
No
Evangelho de hoje, Jesus mostra em sentido figurado, que o cristão
não deve pagar o mal com o mal, conforme a lei antiga do “olho por
olho, dente por dente”. Nela, aquele que cometia uma violência
deveria receber outro ato violento.
Jesus
não estava pregando uma espiritualidade de humilhação e
sofrimento. Não lhe interessava ver o discípulo humilhado.
O gesto
proposto visava converter o agressor para o Reino. Mostrar-lhe que é
possível viver sem violência. Abrir-lhe os olhos para a
possibilidade de se relacionar com o próximo sem transformá-lo em
objeto de seu ódio, e estabelecer relações verdadeiramente
fraternas e amistosas.
O
Reino vai se construindo onde a violência dá lugar ao amor.
Atualizando
GERAR UM FILHO E
ABANDONÁ-LO.
UM ATO DE
VIOLÊNCIA QUE SÓ O AMOR PODE REPARAR!
Na Bíblia, as recomendações de Deus
são claras quanto à formação da família e o reconhecimento da
paternidade e da maternidade.
Na formação do casal, Ele diz: “deixará
o homem o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma
só carne” (Gn 2,24).
Num dos dez mandamentos, o pedido de respeito aos pais: “Honrar pai
e mãe” (Ex 20,12), mostra
a importância da família. Recomenda cuidar da viúva e do órfão
em caso de morte do pai: “Não façais mal à viúva nem ao órfão.
Se os maltratardes, clamarão a mim, e eu ouvirei seu clamor” (Ex
22,21).
Por isso, tudo que vai de encontro à
natureza de Deus é “ato de violência”. Foi Deus que criou cada
pessoa com a necessidade do carinho de um pai e de uma mãe, do amor
paterno e materno, quando falta um dos dois a carência é sentida, e
isso pode gerar sentimentos de frustração, desajuste, insegurança,
dificuldade de aprendizagem e outras consequências na vida da
pessoa.
Nada justifica o abandono a um filho
gerado, nem mesmo o “acidente” de tê-lo fora do casamento. A
criança não tem culpa. Ela tem que ser assistida. Privar um filho
da presença do pai ou da mãe é um pecado grave diante de Deus.
A ciência também reconhece essa
necessidade básica da natureza humana, mesmo diante de outros
modelos de família que surgem na sociedade atual. É o que afirma
Cristina Nacif, pedagoga da UERJ: “...existem lares compostos por
uma mãe e filhos; avó e netos; um pai e filhos; duas mães e
filhos; dois pais e filhos etc. Contudo, a diversidade na organização
das famílias não as exime da obrigação e da necessidade de
garantir à criança e ao adolescente o benefício das funções
materna e paterna”.
A função materna diz respeito aos
cuidados e à atenção acerca das necessidades físicas, morais,
intelectuais e emocionais dos filhos. A função paterna refere-se à
lei que traça limites para a regulação das condutas. Deus criou
tudo e todos na sua mais perfeita ordem.
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