02 de Novembro de 2016
João 11,17-27
Quando Jesus chegou, encontrou Lázaro já
sepultado, havia quatro dias (...). Muitos judeus tinham ido consolar Marta e
Maria pela morte do irmão. Logo que Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao
encontro dele. Maria ficou sentada, em casa. Marta, então, disse a Jesus:
“Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mesmo assim, eu
sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”. Jesus respondeu: “Teu irmão
ressuscitará”. Marta disse: “Eu sei que ele vai ressuscitar, na ressurreição do
último dia”. Jesus disse então: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em
mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não
morrerá jamais. Crês nisto?” Ela respondeu: “Sim, Senhor, eu creio firmemente
que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que devia vir ao mundo”.
Entendendo
“SENHOR, SE TIVESSES ESTADO
AQUI, MEU IRMÃO NÃO TERIA
MORRIDO!”
A ressurreição é o maior objetivo que nós
cristãos devemos almejar. Ou seja, morrermos e nos reencontrarmos face a face
com o Criador. É ser recebido com o abraço de missão cumprida, após nossa
passagem neste mundo.
Conscientes ou inconscientes todos nós
queremos ser salvos, logo, todos queremos ser ressuscitados. O contrário disso
é ser materialista e ter uma concepção pobre da vida, conforme Paulo afirmou: “Se
temos esperança em Cristo somente para esta vida, somos os mais dignos de
compaixão de todos os homens” (1Cor 15,19-20).
A passagem do Evangelho de hoje sobre
Lázaro é uma catequese da ressurreição. Com a chegada de Jesus, Marta vai ao
seu encontro enquanto sua irmã, Maria, permanece sentada. Marta se destaca do
grupo, formado pela irmã e pelos judeus, caracterizado pelo luto.
Deixando este grupo para ir ao encontro de
Jesus, Marta deixa o luto e se coloca do lado do Senhor dos vivos. E, diante d’Ele,
ela se coloca como uma mulher de fé que confia em Jesus: “Senhor, se tivesses
estado… Mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”.
A iniciativa de Marta traz duas
constatações: a presença de Jesus teria livrado o seu irmão da morte, e também
permitido reavivar toda a esperança. Assim sendo, Marta afirma a sua fé na
ressurreição.
Atualizando
SEJA AMIGO DA MORTE!
Certa feita, uma mulher viu seu filho, ainda bebê, adoecer e
morrer em seus braços, sem que ela pudesse fazer nada. Desesperada, saiu pelas
ruas implorando que alguém a ajudasse a encontrar um remédio que pudesse curar
a morte do filho. Como ninguém podia ajudá-la, a mulher procurou um mestre,
colocou o corpo da criança a seus pés e falou sobre a profunda tristeza que a
estava abatendo. O mestre, então, respondeu que havia, sim, uma solução para a
sua dor. Ela deveria voltar à cidade e trazer para ele uma semente de mostarda
nascida em uma casa onde nunca tivesse ocorrido uma perda. A mulher partiu,
cheia de esperança, em busca da semente. Foi de casa em casa. Sempre ouvindo as
mesmas respostas. “Muita gente já morreu nesta casa”; “Desculpe, já houve morte
em nossa família”; “Aqui nós já perdemos um bebê também.” Depois de percorrer a
cidade inteira sem conseguir a semente de mostarda pedida pelo mestre, a mulher
compreendeu a lição. Voltou ao mestre e disse: “O sofrimento me cegou a ponto
de eu imaginar que era a única pessoa que sofria nas mãos da morte”.
Fonte: www.ip.usp.br
Seja amigo da morte! Estranho, não! Mas é
preciso quebrar a barreira que nos distancia dessa realidade. Não para se esquecer
de viver, não porque seja bom deixar de existir. Mas simplesmente porque ela
vai acontecer e não somente comigo e com você, mas com todos os que andam ou
venham a andar sobre a Terra.
A você e a mim, portanto, resta apenas
aprender a conviver com ela. Encará-la de frente, compreendê-la e admiti-la, em
vez de tentar escamoteá-la, negá-la ou escondê-la debaixo do tapete. E, quem
sabe assim, sofrer menos com a visita que ela nos fará um dia e com os
eventuais sinais da sua presença que ela já plantou ao nosso redor.
Para que essa “amizade” seja selada de
maneira mais forte, basta acreditar que ela nos libera para o que mais
desejamos um dia – reencontrar-nos com Deus! Desejo uma excelente vida para
você, caro leitor. E uma boa morte!
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