03 de Novembro de 2016
São Martinho de Lima
“Testemunho de humildade e santidade”
Martinho nasceu na cidade de
Lima, no Peru, no dia nove de dezembro de 1579. Era filho de um nobre cavaleiro
espanhol e de uma negra do Panamá, de origem africana. Martinho não teve uma
infância feliz. Por causa da sua pele escura o pai não o quis reconhecer, e no
livro de batizados foi registrado como filho de pai ignorado.
Viveu pobremente até aos oito
anos de idade em companhia da mãe e de uma irmãzinha, nascida dois anos depois
dele. Trabalhou como barbeiro e enfermeiro.
Embora Martinho tivesse uma
inclinação para a medicina, aos 15 anos abandonou tudo e foi bater na porta do
convento dos dominicanos em Lima. Foi admitido apenas como terciário, encarregava-se dos
mais humildes trabalhos do convento e, reservava para si os trabalhos mais
pesados e repugnantes. Era o responsável pela enfermaria e possuía
verdadeiro dom para tratar os doentes, curando-os não apenas fisicamente, mas fazendo
bem também às suas almas.
Vendo os dons de Martinho, os
superiores acolheram-no como membro efetivo da Ordem, no dia a 2 de junho de
1603, em uma profissão solene.
Martinho tinha grande
espírito de oração e penitência, praticava jejuns severos e se flagelava
diariamente. Sua santidade começou a refletir além dos limites do
mosteiro.
Possuía muitos dons, como da profecia, da cura, do
poder sobre os animais, de estar em vários lugares ao mesmo tempo e da
levitação.
A fama de sua santidade
ganhou tanta força que as pessoas passaram a interferir na calma do convento.
Para curar os doentes, Martinho associava fé e ervas que ele mesmo plantava.
Morreu aos sessenta anos de
idade, no dia 3 de novembro de 1639, após contrair uma grave febre. Porém o padre
negro dos milagres, como era chamado pelo povo pobre, deixou sua marca e
semente, além de uma vida inteira dedicada aos desamparados. Com as esmolas que
ele mesmo arrecadava, fundou, em Lima, um colégio só para o ensino das crianças
pobres.
O papa Gregório XVI
beatificou-o em 1837, e foi canonizado em 1962, por João XXIII. Em 1966, Paulo
VI proclamou são Martinho de Porres padroeiro dos barbeiros e dos conflitos
raciais.
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