A PATERNIDADE NÃO ASSUMIDA É TAMBÉM UM ABORTO!
Na
sociedade machista que vivemos a mulher sempre foi a mais acusada na prática do
aborto, pelo fato da natureza privilegiá-la sendo portadora de uma vida em suas
entranhas, durante nove meses.
Partindo
para a reflexão fundamentada nos valores cristãos: em uma gravidez não
planejada, ou adquirida na prática irresponsável de uma relação sexual, a
responsabilidade, tanto do cuidado com a vida da criança, como da barbaridade
de matar essa vida ainda em feto, é dos dois.
Partindo
para a reflexão psicológica: o peso para a mulher é grande, levando em
consideração sua fragilidade ao saber que dentro de si está levando um ser que
pode mudar o seu destino. Afetada, psicologicamente, a mulher pode ser
bombardeada de uma carga emocional tão forte que poderá decidir abortar, sem
mesmo saber o que está fazendo. Ainda mais quando isso acontece na
adolescência.
Neste
sentido, o homem que a engravidou tem mais possibilidade de evitar o aborto e
defender a vida do feto, do que a própria mulher. Ele sofre menos consequências
que ela. Mas o que vemos, na maioria dos casos, é a mulher sendo pressionada a
praticar o aborto, por quem a engravidou. Em muitos casos homens casados que
não querem que sua vida “estoure”. Isso é grave diante de Deus!
Falei
até agora do aborto clássico, que todos conhecem e que acontece todo dia nas
clínicas clandestinas e tantos meios ilícitos. Mas existe outra forma de
aborto, que não é tida como aborto, mas é. O aborto da “paternidade não assumida”.
O direito à paternidade responsável é garantido a todos os brasileiros pela
Constituição Federal de 1988, no artigo 226, § 7º; no entanto, são inúmeros os
casos em que o registro da criança é feito apenas com o nome da mãe.
São
os filhos de homens que não assumiram sua responsabilidade e, impunes pela lei,
simplesmente abandonam a mãe. Ela passa a conviver com o drama de portar na
certidão de nascimento do filho a expressão “pai não declarado”, diante de uma
sociedade machista e discriminatória em relação às mulheres.
O
ato de abandonar um recém-nascido em caixas de papelão, em portas e esquinas
pode levar a mulher que praticou o ato absurdo, à prisão. No entanto, o pai nem
sequer é lembrado como envolvido, também, na história.
Um
homem que rejeita um filho, ao negar a sua paternidade ele também comete um
aborto. Para este homem, aquele filho não existe, está morto em sua
consciência. Tal aborto social importará em prejuízos na vida daquele que veio
ao mundo sem pedir, mas que tem o direito de ter um pai.
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