23 de Junho de 2017
Mateus 11,25-30
Naquela ocasião, Jesus pronunciou estas
palavras: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas
coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, assim
foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho,
senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o
quiser revelar. Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de
fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos
meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós. Pois
o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
Entendendo
“VINDE A MIM TODOS VÓS QUE
ESTAIS CONSADOS E EU OS ALIVIAREI!”
O contexto que levou Jesus a pronunciar
as afirmações fortes do evangelho de hoje, certamente foi a crescente
hostilidade dos mestres da Lei contra Ele. Seu comportamento independente
diante das normas judaicas, seu situar-se acima da Lei de Moisés, sua
tolerância para com os pecadores e seu interesse pelos pobres iam de encontro
com o rigor dos fariseus e com a expectativa da vinda do Salvador, que eles
esperavam que viesse cheio de glória e majestade.
Jesus é absolutamente contrário a esse
pensamento e, com suas atitudes, incomoda as autoridades. Na escola de Jesus
não é necessário ser doutor ou bom conhecedor da Lei, nem justo, nem santo, nem
praticar um a um dos 613 mandamentos a que todo judeu estava obrigado.
A frase de Jesus: "Vinde a mim, todos
vós, que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos
darei descanso”, cai como uma expressão de amor e uma mensagem de esperança a
todos daquela época e de todas as gerações.
Atualizando
A
DIFERENÇA ENTRE TENTAÇÃO E PROVAÇÃO
O famoso terapeuta Viktor Frankl,
fundador da Logoterapia, afirmava que o sentido das coisas era fundamental para
que se alcance o equilíbrio psíquico e, para isso, citava o filósofo ateu
Friedrich Nietzsche que dizia que “o ser humano é capaz de suportar qualquer como,
desde que tenha um porquê".
Sendo assim é preciso antes de mais nada,
entender o significa ‘provação’. Em grego a palavra ‘provação’ é traduzida de
duas maneiras: tentação e provação. Ambas possuem o
mesmo conteúdo semântico, mas, ao longo do tempo, houve uma diferenciação
técnica entre elas. A tentação é usada quando o sujeito é o Diabo, e provação
quando o sujeito é Deus. Houve uma mudança de finalidade, como se vê.
O Diabo só tem um objetivo: fazer com que
a pessoa perca a sua alma. Logo, quando o sofrimento tem origem demoníaca, a
finalidade é sempre essa: levar a criatura à perdição, à morte eterna. Nesse
viés, nem sempre é interessante para o Diabo tentar a pessoa pelo sofrimento.
Para ele é mais fácil mantê-lo no conforto, usufruindo das vantagens da vida
material, pois assim estará dando sozinho passos largos rumo ao abismo.
Deus, ao contrário, não tenta o homem,
conforme atesta a Sagrada Escritura: “Ninguém, ao ser tentado, deve dizer: 'É
Deus que me tenta', pois Deus não pode ser tentado pelo mal e tampouco tenta a
alguém" (Tg
1,13). Isso não significa,
porém, que Deus não permita que a provação aconteça. Ele tem outra finalidade
com a provação. Ele prova os seus filhos porque quer ver o amor e a santidade
florescerem naqueles que Ele criou com tanto amor.
Ensina São Paulo, no famoso Hino da
Caridade (ICor
13, 1-13) que se não tiver
amor, nada há. O que santifica o homem é o AMOR. Portanto, não é uma questão de
rezar ou não rezar, sofrer ou não sofrer, mas sim, de amar ou não amar. E
querendo promover o amor, Deus permite as provações.
(Baseado no artigo do Pe. Paulo Ricardo “As provações”)
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