25 de Junho de 2017
Mateus 10,26-30
“Não tenhais medo deles. Não há nada de
oculto que não venha a ser revelado, e nada de escondido que não venha a ser
conhecido. O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia; o que escutais ao
pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados! Não tenhais medo daqueles que matam
o corpo, mas são incapazes de matar a alma! Pelo contrário, temei Aquele que
pode destruir a alma e o corpo no inferno! Não se vendem dois pardais por uma
moedinha? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso
Pai. Quanto a vós, até os cabelos da cabeça estão todos contados. Não tenhais
medo! Vós valeis mais do que muitos pardais. Todo aquele, pois, que se declarar
por mim diante dos homens, também eu me declararei por ele diante do meu Pai
que está nos céus. Aquele, porém, que me renegar diante dos homens, também eu o
renegarei diante de meu Pai que está nos céus.
Entendendo
“NÃO TENHAIS MEDO DAQUELES QUE MATAM O CORPO!”
Jesus sabe que a missão
de seus discípulos seria também como a sua, marcada por provações e
perseguições. Mesmo entre os seus, não encontrou acolhida. Foi criticado,
blasfemado, insultado, rejeitado e, por fim, morto por ter sido testemunha da
Verdade, por ter desmascarado o mal e buscado levar a luz onde só existiam
trevas.
A mensagem central do evangelho de
hoje é para que os discípulos superem o medo e a angústia trazidos pela
perseguição dos inimigos. Podemos organizar o seu discurso em três dimensões.
Na primeira, Ele procura encorajar
os discípulos mostrando que o medo não deve servir de obstáculo, a tal ponto de
impedi-los de levar a sua mensagem e ensinar ao povo os mandamentos do Pai.
Na segunda, fala sobre o julgamento.
Avisa que o pior não é a morte física, provocada pelos perseguidores, mas, sim,
a perda definitiva da vida em outra dimensão.
Por fim, Jesus procura levantar a
esperança dos discípulos, mostrando-os que o Deus que eles conhecem os
protegerá sempre. Basta, no entanto, que os mesmos acreditem nessa presença
fiel e constante.
Atualizando
VENCER OS DESAFIOS A CADA
DIA E TER A CORAGEM DE VENCÊ-LOS
Quando o mundo, com a sua superficialidade
nos tira o respiro e a vida, com os seus pesos e provações que sufocam, temos
vontade de desistir. É nesse momento que nasce a esperança Naquele em
quem "podemos esperar contra toda esperança"
Passando pelas ruas de nossas cidades,
muitas vezes vem a tentação de duvidar da fé das pessoas. Afinal, nós sabemos
quantos perderam o senso de Deus. E isso se vê, se sente, se sabe; o cinema o teatro, a televisão a moda, a pintura e a música e os
jornais o atestam.
Às vezes, certas situações nos deixam
estarrecidos e uma sensação de desânimo nos assalta, vendo os inocentes
juntamente com os adultos, imersos num mundo tão pouco cristão… É quando a fé —
se ainda vive em nosso coração — nos sugere uma palavra de Jesus, daquelas
eternas.
E, atônitos, ficamos convictos e
iluminados, certos de que aquela a Palavra divina tem a atualidade de sempre. E
nasce no coração a esperança de que, nutrindo-nos dela, não só o nosso espírito
encontrará a paz, mas com ela e por ela poderemos passar da defesa ao ataque
contra o mal que nos circunda, pelo bem daqueles que amamos e desejamos ver
salvos.
“Coragem, eu venci o mundo!” (Jo 16,33). Quando o tédio, a apatia ou a revolta
ameaçam enfraquecer a nossa alma no cumprimento da vontade divina, devemos ir
além. Com Jesus é possível que o “homem novo ” viva constantemente em nós, e as
“nuvens escuras do mundo” se dissipem.
Quando nos pesam na alma situações que há
anos se arrastam na família, na comunidade, no trabalho, pequenas ou grandes
desconfianças, ciúmes, invejas, tiranias, devemos desempenhar a função de
pacificadores e mediadores entre as partes adversárias e recompor a unidade
entre os irmãos em nome de Jesus, que trouxe esta ideia à terra.
Quando envolvidos pelo mundo político ou
social, calejado por paixões, por carreirismo, esvaziado de ideais, de justiça
e de esperança, não nos deixemos sufocar. Devemos confiar e não abandonar o
barco. Afinal, Aquele que venceu a morte, pode fortalecer em nós a força de
superação a alcançarmos vitórias, ainda que pareçam pequenas, mas que nos farão
sobressair diante das “forças do mundo”.